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O Assassino do Zodíaco


Que os psicopatas são uns caras inteligentes pra caralho isso ninguém pode negar, e esse foi tão inteligente quanto o Jack (the Ripper), conseguindo a proeza de nunca ser pego.

Em 1968, um casal foi assassinado perto de um lago dentro de um carro enquanto "namoravam". Era o seu primeiro encontro. Vários tiros foram disparados em direção do casal, mas a escolha foi ao acaso (já que outro casal tinha sido seguido a pouco tempo, mas esse foi sorteado). Em 4 de Julho do mesmo ano outro casal é assassinado da mesma forma. Mas o homem (Michael Mageau) sobrevive. A mulher (Darlene Ferrin), que era casada com outro, morre na ambulância. Foi pura sorte Michael ter sobrevivido, pois o Zodíaco tinha ouvido um barulho e disparou de novo nos dois. Mas Michael viu o rosto dele. No mesmo momento, Zodíaco liga pra polícia e diz que assassinou duas pessoas num telefone bem perto dos policiais.



Em Julho de 69, três jornais receberam uma carta que continha um símbolo:


Como um alvo. Zodíaco disse que a identidade dele estava nessa carta. Em alguns dias um professor e sua esposa conseguiram traduzir a carta que continha caracteres gregos, código morse, sinalização para navios e símbolos astrológicos:

"Eu gosto de matar pessoas porque é muito divertido. É mais divertido que matar animais na caça porque é o animal mais perigoso de todos. (...) É melhor que transar com uma garota. A melhor parte é esta: quando eu morrer, renascerei no paraíso e todos os que matei serão meus escravos. Não darei minha identidade porque se não vocês irão tentar parar minha coleta de escravos. (...)"

Um dos chefes de polícia não ficou satisfeito e queria mais provas de que ele era o assassino e Zodíaco  atendeu ao seu pedido. E foi na resposta que ele se chamou pela primeira vez de "Zodíaco".

Em Setembro um casal fazia um piquenique a tarde, quando o Zodíaco apareceu com uma vestimenta preta, um capuz e seu símbolo estampado no peito. Eles o tinham visto antes sem a roupa. Ele saiu, vestiu a roupa e voltou. Ele estava com uma faca, mas também uma arma. Disse que queria as chaves do carro e dinheiro e que era um foragido de alguma cidade e que iria para o México. Falou também que tinha matado um guarda. Apesar de todas essas informações, não foram encontrados registros de um foragido na prisão da tal cidade nem de assassinato. Depois Zodíaco amarrou os dois e começou a cgolpeá-los com a faca. Cecelia Shepard não morreu na hora, apenas 2 dias depois. O homem sobreviveu.

Zodíaco foi em direção ao carro do casal e escreveu, com uma caneta, a data dos dois crimes na porta do carro e uma hora depois ligou para a polícia.

O que encontraram? Pegadas, que sugeriram um homem pesada com bota militar.

Em Outubro, outro assassinato. Um taxista foi morto à noite. Garotos em um prédio em frente ouviram e chamaram a polícia. O homem foi descrito como um homem negro. A polícia passou por um homem branco nas redondezas e não o detiveram. Provavelmente O Zodíaco.

Esse crime não estava sendo relacionado ao Zodíaco até que ele mandou uma carta confessando o crime. Na cena, encontraram uma impressão digital, mas não era compatível com nenhum dos suspeitos e não tinha nos registros do FBI. E para não deixar dúvidas sobre seu crime, Zodíaco rasgou um pedaço da camisa do taxista, encostou-a no sangue a enviou ao jornal junto com a carta. Nesta carta, ele dizia estar pensando em atacar um ônibus escolar. A polícia só divulgou a notícia uma semana depois, prevendo o desespero da população. Com o espaço que a mídia deu ao caso, o desespero foi certo.

Em Novembro, ele mandou um singelo PS: "Vocês podem colocar este código na primeira página? Eu fico terrivelmente solitário quando sou ignorado, e solitário eu posso fazer muita coisa!!!"

Ele mandou outra carta dizendo que tinha mudado sua maneira de arrumar escravos. Estava contrariado com as mentiras que a polícia falava sobre ele ou ficarem achando que os crimes eram frutos de assalto. Dizia também que nunca seria pego porque era muito mais inteligente que a polícia e achava que eram todos tolos se achavam que ele iria atacar um ônibus escolar. Ele tinha uma nova ideia. Uma máquina de matar, em grande escala. Ao lado de seu símbolo, haviam cinco "x", o que talvez seria o número de vítimas.

No Natal o advogado Melvin Belli recebe uma carta do assassino. Zodíaco pedia ajuda, senão faria sua nona vítima.

"Estou com medo de perder o controle novamente."

A mídia parou de dar atenção ao caso e o advogado não foi mais contatado. Antes Zodíaco já tinha pedido para contatar Melvin.

E então, ele sumiu por uns meses.

E então, em Março, uma mulher e seu bebê foram abordados na estrada por um homem que dizia que sua roda estava com problemas. Ele ofereceu para ajudar, ela aceitou. Ao invés de ajustar a roda, ele a soltou. Depois ele ofereceu carona pra ela, mas ela ficou com medo, pois além da situação ser bastante estranha, ele falava coisas mais estranhas ainda. Na primeira oportunidade de pular do carro com seu bebê, ela o fez. Ela conseguiu chegar na polícia e viu o cartaz de procurado. Era o retrato falado do Zodíaco, e ela o reconheceu. Apesar disso, ela apontou mais dois outros suspeitos como autores do feito e contava versões diferentes da história em entrevistas.


Em Abril, uma nova carta. 10 vítimas, ele dizia. E esperava que a polícia se divertisse tentando descobrir quem foram as últimas. Tinha novas ameaças sobre uma bomba e dizia também que adoraria ver as pessoas usando o seu símbolo, assim como usavam "peace" e "black power".

Em Junho disse ter matado um policial, já que as crianças estavam de férias. Mas a polícia tinha testemunhas desse crime, e o autor do crime era negro. Aparentemente, Zodíaco estava assumindo crimes que não eram seus.

E então, em Julho, uma nova carta com letra distorcida de um musical. Dois dias depois uma outra carta: "Zodíaco13" "Polícia 0". E sumiu. Em Outubro, no Halloween, um cartão para o jornalista Paul Avery.

O jornal em que Avery trabalhava deu atenção as cartas recebidas por Avery e, em uma delas, sugeria uma investigação no caso de Cheri. Em 1966, Cheri Jo Bates foi morta a facadas e outros golpes. O método para abordá-lo foi o seguinte: ele mexeu no carro dela, causando um problema, quando ela não estava presente. Quando ela voltou, ele se ofereceu para ajudar. Cheri tinha um corte profundo na garganta, provavelmente uma tentativa de decapitação. Ela não foi estuprada nem roubada.

"Eu passo noites pensando sobre minha próxima vítima", dizia uma carta recebida pela polícia intitulada "Confissão". "Talvez será a bela loira que trabalha como babá perto da pequena loja e que desce a escura alameda todo dia às 7 da noite", ou a garoto que disse não para ele. Talvez fosse uma dessas, que ele citou, talvez não. De qualquer modo, ele iria cortar seus órgãos genitais e espalhá-los pela cidade.

"Então, não torne isso fácil para mim. Mantenham suas irmãs, filhas e esposas fora das ruas e alamedas."

E ainda descrevia o assassinato de Cheri, chamando-a de estúpida por ter caído na sua história.

"Eu disse pra ela que tinha chegado a hora. Ela perguntou 'Que hora?' A hora de você morrer."

Analisando o restante da carta, parecia que ele já a conhecia e que tinha sido rejeitada pela mesma.

"Eu não sou doente, eu sou insano."

E então, no aniversário de 6 meses do crime, mais cartas, incluindo uma para o pai de Cheri. Havia um símbolo que parecia uma fusão da letra "z" com o número "3". Apesar de tudo, não há certezas se esse caso tem alguma coisa com o Zodíaco, pois ele nunca confessou o crime e a similaridade não é totalmente a mesma. O caso foi retratado no filme "Zodíaco!", onde Paul Avery retratado o acontecido.

Enfim, 5 meses sem cartas do Zodíaco após a carta para Avery. Mas em Março, chega mais uma. "17 a 0", essa dizia. Há suspeitas de que teria sido escrita pela mesma pessoa que mandou o cartão anônimo à Avery e havia até mesmo dúvidas se não seria um detetive do caso, David Toschi que também aparece no filme de 2007. E uma semana depois, mais um cartão para Avery. E um sumiço de quase 3 anos.

No começo de 74 a contagem já era "37 a 0"

Em 78 uma nova carta apareceu dizendo "Estou esperando um bom filme sobre mim. Quem me interpretará. Estou agora no controle de tudo." Contagem: "Zodíaco: suponham (guess); polícia: 0"

Haviam 2 suspeitos: o detetive Toschi e um escritor chamado Robert Graysmith que estava tentando lançar seu livro, mas com sucesso apenas nove anos depois.

O número de mortes da autoria do verdadeiro Zodíaco é incerto, pois ele não falou detalhadamente sobre o crime quanto o primeiro caso, apesar da roupa usada no crime do casal esfaqueado, há dúvidas. Na última carta, Zodíaco afirmou que eram 37 vítimas.

E então entra Arthur Leigh Allen como suspeito e apesar das quase 40 impressões digitais encontradas na carta, nenhuma se encaixou com a dele, mas isso não descartou que ele fosse o autor dos crimes.

No livro de Graysmith ele diz que um tal de "Robert Hall Star" é o culpado dos crimes, o que seria um pseudônimo para Allen, pois a descrição dos dois eram bem parecidas. Allen era acusado de molestar crianças e acabou morrendo em 92. Apesar de estar na lista de suspeitos, foi descartado porque não batia com o tamanho que a polícia tinha feito.

Em 71 um homem disse que Allen teria tido uma conversa suspeita com ele. Allen teria dito que tinha começado a gostar bastante da história "The Most Dangerous Game", uma história sobre um homem que matava pessoas e que se ele fosse matar alguém, mataria casais com uma lanterna presa à arma (o mesmo relato dado pelo sobrevivente e exatamente como o Zodíaco usava a arma com a lanterna) e teria falado sobre matar crianças em um ônibus. Enfim, teria dito que mandaria cartas para a polícia e que se intitularia "Zodíaco". Mas há controvérsias sobre isso, e Allen teria tido problemas com o denunciante, pois teria abusado de sua filha. O denunciante mudou de estado em Janeiro de 69 e no meio do ano o caso tomou proporções enorme. A cada depoimento, ele criava versões diferentes. Não havia provas suficientes para dizer que Allen era realmente o Zodíaco, mas ele tinha sérios problemas mentais: era pedófilo, tinha várias armas e estudava saúde mental por conta própria. Acabou parando em um hospital psiquiátrico e em 69, quando foi interrogado, saiu falando que era um dos suspeitos.

Quando Allen foi interrogado em 71, ele usava um relógio com o mesmo símbolo do Zodíaco e de uma marca de mesmo nome, dizendo ter ganhado da mãe, de Natal, em 67. Negou a conversa, mas realmente tinha gostado do livro citado. Sabia bastante sobre os casos, mas nada além do que teria sido divulgado.

Em 72, conseguiram autorização para uma revista em seu trailer. Não acharam nada de importante. Comparam as escritas e não era coincidente. Também passou pelo detector de mentiras.

Em 90, um homem que foi preso por roubos de carro disse que Allen teria dito que iria matar um taxista. Um investigador investigou uma outra propriedade de Allen que as autoridades não tinha investigado. Lá ele achou bombas, armas e o relógio. Mas havia dúvidas sobre a denúncia. Allen foi preso anos antes por ter batido no denunciante.

Após Allen morrer, as investigações continuaram pairando a imagem dele. Haviam amostras do seu tecido cerebral e compararam a saliva atrás dos selos das cartas. O resultado foi negativo.

Quem é o Zodíaco?



Fonte:  O Serial Killer

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